Os motoristas de mercadorias querem um salário base digno, que lhes sejam pagas as horas extraordinárias e o tempo que são obrigados a passar no local de trabalho, querem a definição das suas funções e ver garantidas as refeições e o alojamento se deslocados. Não é um quadro reivindicativo muito complexo ou diferente do que querem os restantes trabalhadores.
O que no fundo os motoristas querem é poder trabalhar e ter, simultaneamente, uma vida digna. Isso só pode ser alcançado através da expropriação dos meios de produção e de uma outra organização social. Até lá, como todos os trabalhadores, serão explorados e viverão num clima permanente de precariedade e luta, mais ou menos acesa, onde a maior ou menor satisfação das suas reivindicações nascerá de processos que associem a luta organizada à negociação colectiva com o patronato.