Na guerra «a verdade é a primeira coisa a morrer». Nenhum governo pode arrastar o seu povo para matar e morrer se não lhe mentir sobre os reais objectivos da guerra e se não diabolizar o «inimigo». Nem poderá manter-se no poder, mesmo com a vitória dos seus exércitos, se não cobrir com um falso verniz patriótico, justiceiro e mesmo humanista as mais cruéis operações de rapina e opressão. Ao lembrar o bombardeamento atómico de Hiroshima e Nagazáqui a 6 e 9 de Agosto de 1945, é inquietante verificar que os EUA não só continuam a mentir sobre as verdadeiras razões de tão hediondo crime, como mentem para justificar o sucessivo abandono de tratados de desarmamento nuclear.
Perante a escalada militarista e agressiva conduzida pelo imperialismo norte-americano que – da Siria à Venezuela e das fronteiras da Rússia e da China ao Irão – está a ameaçar o mundo com a guerra numa dimensão sem precedentes, é imperioso reforçar o combate às campanhas de desinformação e manipulação ideológica veiculadas pela comunicação social dominante. É inquietante ver que os sectores mais aventureiros do imperialismo, a começar pela administração Trump, jogam cada vez mais no fascismo e na guerra como «saída» para o aprofundamento da crise estrutural do capitalismo, com a mais poderosa potência imperialista a ameaçar recorrer a todos os meios, incluindo a arma nuclear, para defender uma hegemonia mundial que lhe escapa.