São muitos os textos e as reflexões que por estes dias se fazem sobre a Escola e a Educação, particularmente sobre o problema do (in)sucesso escolar, circunscrevendo a coisa apenas e só ao passa e chumba, num contexto em que a perspectiva, tal como noutras áreas, é a do mercado, do negócio, com muita conversa em torno de inovação, excelência e projectos.
A discussão, hoje, sobresavaliação, aprendizagens e sucesso escolar está completamente contaminada, por um lado pela pressão política dos sucessivos governos em demonstrar estatisticamente que encontram a Escola e a Educação de pantanas no início da legislatura e deixam o seu ministério às portas do paraíso, por outro pelo casamento entre a corrida aos fundos europeus de Universidades, Institutos, Fundações e a febre por eventos e cerimónias que autarquias, áreas metropolitanas e comunidades intermunicipais alimentam.
Olhando para estas coisas à margem destes interesses, constatamos que o passa e chumba cada vez diz menos sobre a consolidação (ou a falta dela) das aprendizagens dos alunos, no fundo aquilo que verdadeiramente interessa. Em muitas Escolas do mesmo território vemos numas a inexistência da chumbos no ensino básico e noutras a retenção a ter alguma expressão, mantendo-se o problema num lado e noutro, existe um número considerável de alunos que não desenvolveram as aprendizagens que era suposto desenvolver.