A deterioração da relação entre os EUA e a China continua a marcar a situação internacional, acrescentando incerteza e pessimismo às perspectivas da economia mundial, confrontada com a probabilidade de uma nova recessão. Mais de um ano de negociações entre os dois países não estancaram a progressão da guerra comercial, desatada pelos EUA ao abrigo da incomportável America First. Quando a possibilidade de um acordo se afigurava próxima, o agravamento abrupto por Washington, em Maio, das taxas de importação aplicadas à China levou à suspensão das negociações.
A disputa comercial constitui apenas o primeiro manto do choque entre as duas maiores economias do mundo, cujo volume de comércio bilateral em mercadorias e serviços ascendeu em 2018 a mais de 750 mil milhões de dólares, sendo cada um dos dois países o maior parceiro comercial do outro. A Casa Branca não só ameaça agora taxar a totalidade das exportações chinesas, como elevou a parada da confrontação com inauditas medidas discriminatórias, visando a Huawei, o maior fornecedor de equipamentos de telecomunicações do mundo e líder da tecnologia 5G.
O desvelar da guerra tecnológica contra a China, a tentativa de chantagear Pequim e de imposição de vantagens unilaterais a qualquer custo expõem a postura predadora do imperialismo norte-americano e da Administração Trump. Reconhecendo na China um ‘adversário formidável’ à sua hegemonia e auto-direito de excepcionalidade, os EUA apostam tudo na contenção e descarrilamento do desenvolvimento do país asiático.