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«Aqueles que andaram a dizer que a CDU só pisava terrenos firmes, bastiões, hoje vão ter de dizer que o Porto pintou-se com as cores da CDU», disse João Ferreira, à tarde, no final de uma arruada na baixa da «invicta».
O primeiro candidato da CDU ao Parlamento Europeu (PE) fez o percurso entre os Aliados e a Rua de Santa Catarina acompanhado pelo Secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e pelos também candidatos Diana Ferreira, Tiago Oliveira, Sandra Pereira, João Pimenta Lopes e Mariana Silva.
Ilda Figueiredo e Alfredo Maia, mandatário distrital da candidatura do PCP-PEV, também integraram a cabeça de um desfile que a determinado momento encheu por completo a Rua 31 de Janeiro, que sobe os Aliados até à Batalha.
A ex-deputada do PCP no PE e actual vereadora comunista na CM do Porto, chamada a saudar a moldura humana, deu de resto nota da batalha levada a cabo pelos deputados eleitos pela aliança entre comunistas e ecologistas em defesa dos direitos das mulheres.
Na mesma tónica usou da palavra Mariana Silva, que em nome de «Os Verdes» considerou que «a luta pela igualdade» – na lei e na vida, como já havia dito Ilda Figueiredo – «terá tanta mais força quanta mais força, mais votos, obtiver a CDU».
Apelo ao voto foi o que deixou também aos portuenses Jerónimo de Sousa. E referindo-se a uma sondagem recente que «não dava nem um voto de um jovem à CDU», perguntou aos muitos jovens presentes: «então e tu, e tu, e tu?». A resposta foi «juventude é CDU», dando aso a que, mais adiante no discurso, o Secretário-geral do Partido tenha realçado que «esta Rua de Santa Catarina é a melhor sondagem».
Antes, João Ferreira já havia deixado fortes apelos ao voto no último quadrado, na foice e no martelo com o girassol ao lado, frase que tem servido de slogan mobilizador. Particularmente «a todos aqueles cujo coração bate à esquerda, aos progressistas, a todos os democratas e patriotas, àqueles que até podem nem sempre ter estado de acordo connosco, mas que sabem que nas horas decisivas e mesmo nas horas mais difíceis, quando estão em causa combates de civilização, quando está em causa resistir à submissão nacional, a CDU é a força certa e segura que encontram a travar todos e cada um desses combates!»
Ao longo da arruada, o cabeça-de-lista da CDU ouviu e repetiu consignas como «avançar, avançar, na CDU votar». E por isso detalhou algumas das áreas nas quais, considera que, reforçando o PCP-PEV, se está mais perto de avançar.
Uma delas é a justiça fiscal. Nesse sentido, sublinhou a necessidade da «instituição de impostos sobre o capital – como o imposto sobre as transacções financeiras ou sobre as multinacionais do sector digital –, cujas receitas devem reverter para os orçamentos nacionais, aliviando os impostos sobre o trabalho» e permitindo «que os lucros das grandes empresas e multinacionais sejam tributados no País onde são gerados, acabando com a vergonha que hoje existe».
«Avançar com o levantamento do sigilo bancário, com o combate ao branqueamento de capitais e à fraude e evasão fiscais; avançar para que os Berardos e todos os que se escondem detrás dele, paguem o devem», concluiu.