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Intervenção de Francisco Gonçalves, candidato da CDU às eleições para o Parlamento Europeu, Junta de Freguesia de Espinho, 17 de Maio.
Camaradas e Amigos,
No próximo dia 26 de Maio serão eleitos os 21 deputados portugueses no Parlamento Europeu.
Apesar do grande número de candidaturas, a opção principal é entre eleger quem esteja na União Europeia para defender os interesses de Portugal e do nosso povo, tendo por base uma união de povos soberanos (assente na vantagem mútua) ou então deputados submissos ao directório das potências, quem manda de facto na UE.
Aliás, no chamado processo de “integração europeia”, tem sido a União Europeia das grandes potências que tem vigorado, daqui resultando uma cada vez maior submissão das economias periféricas, como é o caso de Portugal. E os sinais do que se está a cozinhar para a próxima década apontam para um aprofundamento deste caminho federalista, neoliberal e militarista.
Para olhar o futuro o que temos de melhor é a memória da “integração europeia” portuguesa. Recapitulemos esse percurso em cinco tópicos.
I – Dinheiro por Produção. Assim nasceu a coisa, o desmantelamento da produção nacional na agricultura (abandonados 700 mil hectares de produções agrícolas), nas pescas (importamos 70% do peixe que consumimos), na indústria (em 1986 a indústria representava 27% da riqueza criada, hoje representa 13%). Resumindo, se a palavra-chave do 25 de Abril foi a Produção, na adesão à CEE foi o Consumo.
O melhor exemplo talvez venha mesmo das pescas (e com bastante expressão aqui no nosso distrito), o abate de embarcações. Foi um ver se te avias, quanto mais se abatia mais dinheiro entrava (nos bolsos de alguns só, importa não esquecer). Abatia-se o que navegava e o que apenas flutuava.
O problema maior é que o abatido não foi substituído e, desde 1986 até hoje, 10.145 embarcações, 56% da frota pesqueira, foram à vida. Tem razão o povo, com papas e bolos se enganam os tolos.