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Intervenção de Diana Ferreira na Assembleia da República – 25 Abril 2019
Senhor Presidente da República,
Senhor Presidente da Assembleia da República,
Senhor Primeiro-Ministro,
Senhores Presidentes do Supremo Tribunal de Justiça e do Tribunal Constitucional e demais tribunais superiores,
Capitães de Abril,
Senhoras e senhores Deputados,
Celebramos hoje os 45 anos da Revolução de Abril – momento ímpar da História do nosso país e de profundo significado pelo que derrubou e pelo que construiu.
E se daqui lembramos a aliança Povo/MFA, se daqui saudamos os militares de Abril e o levantamento popular que se seguiu à sua acção naquela madrugada de 25 de Abril de 1974, não esquecemos, nem deixamos cair no esquecimento os tenebrosos 48 anos da ditadura fascista.
Porque o fascismo existiu. Semeou pobreza, fome, miséria, analfabetismo e doença. Impôs o trabalho infantil. Subjugou as mulheres. Foi o poder de meia dúzia de famílias multimilionárias. Fez da corrupção política do Estado. Censurou e oprimiu. Perseguiu e prendeu opositores antifascistas. Ergueu o campo de concentração do Tarrafal – campo da morte lenta. Torturou. E matou.
E foi Abril, com a sua acção libertadora, que pôs fim a este tempo de terror, que trouxe um tempo de esperança e força para transformar.
Não esquecemos isto, como não esquecemos o papel do PCP, de gerações de comunistas, de outros democratas e resistentes antifascistas que, de forma firme, corajosa e abnegada enfrentaram a ditadura fascista e, mesmo na clandestinidade, mesmo sob o chicote da censura, da repressão e da tortura, lutaram para a derrubar, muitas vezes pagando com a própria vida.
Muitos não viveram para ver o 25 de Abril. Mas todos eles foram imprescindíveis para que Abril acontecesse.