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Arouca, desertificação, o interior, os rios, passadiços do paiva, Serra da Freita
Intervenção de Patrícia Machado, Membro da Comissão Política do Comité Central, na Conferência «Por um Portugal com Futuro! Por uma Alternativa Patriótica e de Esquerda»
O País tem já uma longa história de caracterização e identificação dos problemas do interior e do mundo rural e simultaneamente de programas para a correcção das assimetrias regionais anunciadas por sucessivos governos do PS, PSD e CDS que ganham sempre maior eco após trágicos acontecimentos como sucedeu após os incêndios de 2017 ou bem recentemente com a derrocada da estrada na zona dos Mármores.
São Propostas e programas anunciados com intenções nunca concretizadas, tendo como contrapartida bem viva os efeitos da política de direita:
– Com o aprofundamento das desigualdades sociais, económicas e territoriais, com um ataque brutal aos serviços e infraestruturas públicos, com encerramentos, desactivação e concentração particularmente na saúde e educação, extinção de freguesias e tribunais.
– Com o prosseguimento da destruição da produção nacional e consequentemente de postos de trabalho, o abandono e desertificação, o empobrecimento, o aumento do desemprego e da emigração.
– Com a eliminação das medidas de planeamento e de ordenamento do território, criando novas centralidades dentro destes territórios, deixando ainda mais ao abandono vilas, aldeias e lugares.
– Com o acréscimo de dificuldades de mobilidade de populações e actividades económicas, com o abandono da ferrovia, a liquidação de horários e carreiras rodoviárias.
Quando falamos em Interior estamos a falar de 70% do território onde estão apenas cerca de 2 milhões de pessoas.
Entre 1960 e 2011 estas regiões, com excepção de 6 concelhos perderam 30% da sua população. Dos 165 territórios considerados do interior nenhum regista uma taxa de crescimento natural positiva. Se juntarmos a estes dados os índices de envelhecimento e os fluxos migratórios, temos o retrato das sérias consequências que urge combater.
O que temos afirmado é que os problemas e os supostos factores de sub desenvolvimento não estão, não são… não nascem no próprio território. Os desequilíbrios, desestruturação e desordenamento regionais têm a sua causa central na política de direita.
Diagnósticos não faltam.
O que falta sim é uma política alternativa patriótica e de esquerda que promova o efectivo desenvolvimento regional como uma necessidade incontornável e inadiável.