Manuel Gusmão recebeu, a 5 de Fevereiro, a Medalha de Mérito Cultural em reconhecimento, pelo Governo português, do «inestimável trabalho de uma vida dedicada à produção literária e à poesia».

O poeta e ensaísta Manuel Gusmão
Em 1990 é publicado um livro, Dois Sóis, A Rosa a arquitectura do mundo, que revela o que se suspeitava mas não se conhecia: Manuel Gusmão-poeta. Publicado quando já tem 45 anos, os poemas, pelas datas indicadas nos cinco «capítulos» do livro, já tinham sido escritos em anos anteriores, de 1969 a 1986. É uma brilhante estrela que descola da constelação da poesia portuguesa para a iluminar exuberantemente e anunciar um poeta singular que imediatamente se coloca entre os maiores poetas portugueses, em particular os nossos contemporâneos.
Manuel Gusmão já era bem conhecido do universo literário não só como professor na Faculdade de Letras, marcando várias gerações, em que se destacou pelo modo com transmitia saberes, conhecimentos e abria novos caminhos na interpretação dos textos, mas também como ensaísta e crítico literário, actividade que tinha iniciado no jornal Crítica, com Eduarda Dionísio, Jorge Silva Melo e Luís Miguel Cintra que, nos anos sessenta, rasgaram novas perspectivas de leitura.