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Enquanto os EUA já promovem golpes de Estado a céu aberto, como está a ocorrer na Venezuela e com cinco dos senhores da UE a reboque de Trump, vemos também o ministro dos NE português, Augusto Santos Silva, a comungar, glorioso, com «o ultimato» que «a União Europeia» fez ao Presidente Nicolas Maduro para «abandonar o poder», esquecendo-se que Portugal só conhece ultimatos pelo que sofreu da sua aliada Inglaterra e que os poderosos da UE (Alemanha, França, Itália, Reino Unido) não constituem os 28 países que a integram, por muito que os tais poderosos gostem de o afirmar, a par do Governo de António Costa, com o belicoso Santos Silva à frente, alinhando no papel de apaniguado diligente, embora insignificante.
Estamos perante uma tentativa de golpe comandada de fora, como dizia Jorge Cadima a semana passada, aqui no Avante!. Desde a eleição de Chavez em 1998, que o problema não é Chavez ou Maduro nem uma suposta «ditadura», «o problema é que o imperialismo não suporta países soberanos». Nestes 20 anos de República Bolivariana a oposição só ganhou duas, das 25 eleições realizadas sob escrutínio internacional. Maduro foi reeleito há nove meses, em eleições não só escrutinadas internacionalmente, como feitas em concordância com a oposição. De repente, os EUA decidem promover um desconhecido que ganhara as eleições da Assembleia Nacional, instigam-no a autoproclamar-se – inconstitucionalmente, frise-se – «presidente» da Venezuela e está o golpe em marcha, com os mandantes da UE a darem «oito dias» ao Presidente Maduro, eleito constitucionalmente, para se demitir e convocar eleições e com Santos Silva, ministro dos NE português, a não querer esperar tanto e a dizer que «tem de se ir embora»…