São impressionantes a histérica campanha e o conjunto de manobras, de «voltas» e «reviravoltas», de pressões, de chantagens, de aceno e ameaça com o «caos» e o «desastre», que a União Europeia, os grandes interesses económicos e financeiros e o coro de arautos do processo de integração capitalista europeu protagonizam para condicionar negativamente – e, se possível, reverter – a decisão soberana do povo britânico de saída do Reino Unido da União Europeia, expressa em referendo a 23 de Junho de 2016.
Ao longo de mais de dois anos, conspirando cinicamente, a União Europeia e os seus cúmplices tudo procuraram fazer para a construção de um autêntico «labirinto» negocial que contribuísse para a criação da ideia de um dito «impasse», com o objectivo de dificultar a natural concretização da saída do Reino Unido da UE, como estabelecido, no próximo dia 29 de Março.
A UE é useira e vezeira neste inaceitável comportamento de desrespeito da vontade soberana dos povos quando estes lhe travam o passo. Recordemos os referendos aos tratados realizados na Dinamarca e na Irlanda, repetidos quantas vezes quanto o necessário até o resultado ser o pretendido pela trupe da UE. Recordemos os referendos à dita «constituição europeia» em França e na Holanda, ardilosamente desrespeitados pela imposição do Tratado de Lisboa. Recordemos o desprezo pelo resultado do referendo realizado na Grécia que rejeitou a chantagem e o ultimato da UE.