
Francisco Gonçalves – Responsável pela Organização Concelhia de Arouca do PCP
Foi com esta expressão que Ferraz da Costa, um conhecido empresário português, caracterizou a Escola portuguesa, uma escola que não responde aos desafios do presente, disse. Por sua vez, os ideólogos da “Autonomia e Flexibilidade Curricular” e da “Educação Inclusiva”, do actual governo, afirmam que a Escola portuguesa é uma “Escola do Século XIX”. A velha direita de mão dada com a nova esquerda. Confuso? Sim! Mas os tempos são de grandes confusões!
Três breves notas sobre a temática, uma económica, outra sociológica e outra pedagógica.
Estão disponíveis 20 000 milhões de euros de Fundos Comunitários para a Formação, foi aprovado um decreto-lei, em 8 de Novembro de 2018, que transfere competências educativas do ministério e das escolas para os municípios (o qual garante 797 milhões de euros para as autarquias – cerca de 500 milhões correspondem à massa salarial dos mais de cinquenta mil trabalhadores não docentes – e 7% do IVA arrecadado no território em alojamento local, turismo, gás e eletricidade…) e estão posicionados no terreno inúmeros players prontos a fornecer apoio, consultadoria e projectos educativos candidatos a Fundos Comunitários. Projectos de sucesso e excelência, como não podia deixar de ser, e que vão exterminar de vez a tal “Escola do Século XIX”, assente no “decorar conhecimentos”. Faço votos para que estes Fundos Comunitários não tenham o mesmo destino dos do primeiro quadro comunitário de apoio, searas imensas que ninguém colheu e jipes, muitos jipes, deambulando por aí.