A política de recuperação de rendimentos e a reposição e conquista de direitos possibilitaram, não só uma redução da pobreza, como uma inversão na parte da riqueza que vai para quem trabalha e trabalhou.
Travou-se a tendência de apropriação crescente da riqueza por parte do capital, mas ainda assim, a percentagem das remunerações no Produto Interno Bruto (PIB) está longe da verificada no início da crise estrutural de 2007, ao mesmo tempo que esta subida está mais influenciada pelo aumento do emprego, que por via de uma subida generalizada dos salários.
Numa altura em que o governo minoritário do PS se prepara para apresentar a sua proposta de Salário Mínimo Nacional (SMN) para 2019, surgem os «avisos» do patronato (que há uns meses indiciava que ia surpreender com um valor acima dos 600€ 1, sol de pouca dura 2) e de um sem número de economistas rendidos aos encantamentos do capital, nada preocupados com as dificuldades económicas que são vividas por milhares de famílias, mas muito preocupados com os «perigos» que uma subida do SMN pode causar. Uns enfatizam mesmo, não escondendo o insulto, que «subir o salário mínimo vai ser mau para os pobres» 3. Sempre que há uma perspectiva de aumento dos salários, nomeadamente do SMN, lá vem o coro dos que vivem à custa da exploração do trabalho e que não olham a meios para intensificar a acumulação de capital.