Que dizer, um ano depois do centenário, que não tenha sido já dito e redito? Provavelmente, pouca coisa. Mas é impossível fugir à pura necessidade de a cada ano recordar o maior acontecimento da história, e de sublinhar a sua actualidade, a sua importância na luta que travamos todos os dias.
Vivemos no ocaso capitalista, num tempo onde o desespero de uma classe dominante incapaz de continuar a dominar como dantes faz renascer das trevas todas as bestas e todos os medos.
É neste quadro que a burguesia comemora o armistício de 1918 com tanta pompa e circunstância, tratando de esconder a verdadeira faceta da guerra de 14/18: a brutal carnificina em que o capitalismo mergulhou a Europa, com dezenas de milhões de proletários e camponeses enterrados vivos nas trincheiras, a gasearem-se uns aos outros, a matarem-se uns aos outros, para decidir quem – se os imperialistas alemães, se os imperialistas ingleses ou franceses – iriam explorar um conjunto de colónias e de mercados.