DECLARAÇÃO DE JORGE PIRES, MEMBRO DA COMISSÃO POLÍTICA DO COMITÉ CENTRAL, CONFERÊNCIA DE IMPRENSA
A declaração do PSD, na apresentação das linhas gerais de “Uma política de saúde para Portugal”, constitui uma autêntica declaração de guerra ao Serviço Nacional de Saúde e encerra dois grandes objectivos não assumidos: acabar com o SNS e transformar a saúde num grande negócio para os grupos privados.
Após algumas semanas de manobras de diversão para esconder os objectivos da proposta, através de sucessivas intervenções de Rui Rio manifestando uma aparente preocupação com a saúde dos portugueses, o PSD vem agora assumir-se como um dos grandes defensores dos interesses dos grupos privados da saúde. Não é por acaso que foi Luís Filipe Pereira, um servidor do grupo Mello, quem fez a declaração do PSD.
Aumento do número das PPP, entrega da gestão dos hospitais públicos aos grupos privados e uma generalização da contratualização da gestão privada e social na saúde, foram linhas de força da declaração. Partindo de uma tese não confirmada de uma mais eficiente e económica gestão privada, o PSD pretende que os grupos privados, que já hoje, considerando apenas as PPP, o regime convencionado e os Subsistemas Públicos, recebem do Estado mais de 3 000 milhões de euros/ano, garantam ainda mais financiamento para os seus negócios na saúde. Como sempre acontece com o capital, também na saúde querem acumular mais riqueza e aspiram a gerir o que resta do investimento feito pelo Estado com o serviço público.