Na véspera da divulgação dos resultados relativos ao 1.º semestre de 2018, a Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos, divulgou a denúncia do Acordo de Empresa (AE) em vigor desde 2016.
Esta tentativa de destruir o AE, não pode ser desligada de outras malfeitorias como: o encerramento de dezenas de balcões e a redução de centenas de trabalhadores. Entre o 1.º semestre de 2016 e 2018, a redução do número de agências e de trabalhadores, foi respectivamente de 129 e 666.
Com a apresentação dos resultados obtidos no final do 1.º semestre de 2018, sem dúvida resultados que importa valorizar, mas que não escondem problemas estruturais que não se resolvem com a multiplicação e o aumento significativo da receita com as comissões bancárias sobre os clientes, incluindo depositantes, nem com a sistemática redução dos custos operacionais. E muito menos, como agora querem impor, retirando importantes direitos e regalias aos trabalhadores e aumentando os níveis de exploração. A administração da CGD procura demonstrar a existência de uma relação causa/efeito entre as medidas que tem vindo a tomar, e os resultados do banco. Sem espaço para analisarmos as contas do 1.º semestre, elas reflectem sobretudo uma grande incapacidade em aumentar o crédito concedido, o que impede uma recuperação real e sustentável, e para inverter a redução do negócio bancário.
Já em 2016, quando da decisão de se avançar com o processo de recapitalização da CGD, o PCP chamou a atenção para o facto dos trabalhadores não terem nenhuma responsabilidade pela situação a que tinha chegado o Banco Público e que a solução para os problemas identificados, não passava por reduzir trabalhadores, fechar agências e abandonar activos no estrangeiro. Foram muitas as chantagens e pressões da Comissão Europeia (CE) e do Banco Central Europeu (BCE) que, a pretexto da recapitalização, impuseram um processo de reestruturação que significa privatização de novas áreas, despedimentos, enfraquecimento e descaracterização da CGD. E tal como no passado, mais uma vez, o Governo do PS cedeu em toda a linha abdicando de uma posição soberana do País nas escolhas mais adequadas para o sector financeiro em Portugal.