Estão em curso negociações no quadro dos acordos de Basileia III que pretendem estabelecer uma regulamentação do sistema financeiro à escala mundial.
Muitos terão certamente ouvido falar de Basileia. Porém, poucos saberão o que se esconde nesta simpática vila Suíça, situado junto à fronteira com a França e a Alemanha. O Comité de Basileia sobre o Controlo Bancário (BCBS, Basel Committee on Banking Supervision) foi criado em 1974, na sequência da falência do banco alemão Hestatt e dos respectivos efeitos de contágio. O Comité de Basileia reúne os responsáveis dos principais bancos centrais dos países capitalistas e tem como missão exercer uma vigilância sobre o sistema financeiro mundial e propor medidas de contenção, quase sempre na sequência do rebentamento das bolhas financeiras criadas pelo próprio sistema. Assim foi com os primeiros (1988), segundos (2004) e terceiros acordos de Basileia, estes últimos ainda em fase de negociação e implementação.
Para entender a verdadeira natureza deste Comité que não emana de nenhum governo ou instituição democrática – mas que nem por isso deixa de ter amplos poderes que acabam por condicionar a vida de todos nós – importa introduzir uma outra instituição, bem menos conhecida mas que concentra todo o poder da finança internacional: o chamado Banco de Compensações Internacionais (BIS, Bank of International Settlements), no seio do qual funciona o Comité de Basileia.