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A URSS já não existe. Mas esse facto não impede que o centenário da Revolução de Outubro cause um profundo mal-estar aos reaccionários de todos os matizes. Têm razão. Se a Comuna de Paris foi o primeiro «assalto aos céus», a Revolução de Outubro foi o segundo, e outros se lhe seguiram e seguirão. Tardará ainda, mas há-de chegar o dia em os céus sejam definitivamente conquistados.
O inevitável António Barreto já veio opinar sobre o centenário da Revolução de Outubro («O grande embuste», DN, 5.02.2017). Não há nada que se salve. Gasta o arsenal completo do anticomunismo mais odiento: depuração, deportação, limpeza étnica, colectivização, trabalhos forçados, tortura, assassinato, rapto, prisão em números que se elevam a muitos milhões, fomes programadas, genocídio, pura opressão, apoio aos movimentos subversivos (aqui há um deslize, um «socialista» devia evitar a linguagem do fascismo) e revolucionários do mundo inteiro, desde que em luta contra as metrópoles coloniais, contra as democracias (outra distracção, Barreto! Estará a referir-se ao nazi-fascismo?) e contra os países do mundo ocidental, métodos bárbaros, etc., etc. O esperado, enfim.