Etiquetas
arquitectura, bancadas, dinheiros públicos, esplanadas, praças
(ao amigo e camarada Ataíde)
Em boa verdade . . .
– Arouca, lá bem em baixo, no inverno do vale, não tem a consistência dos montes que a rodeiam. O ar é húmido, o frio não entra na alma, e não há os verdes puros, nem os trilhos de montanha que duram, nem sequer o sentimento inquietante de que o mundo continua em movimento, mesmo quando a mortalha celeste cai sob Arouca.
Em boa verdade . . .
– os homens do vale, no entanto, sempre procuraram enganar o seu inverno. E em Arouca, lá bem em baixo, no fundo do vale, há quem invente novas ordens para a paisagem, assim como há quem sofra com a solidão que desce com o Inverno. Um fim de traço pode trazer consigo a percepção da vida ou da morte, mas nenhuns desenhos conseguirão dar o sentido a quem não sabe que caminho seguir, ou em que casa ou estação entrar.