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CTT, EDP, PAF, Portas e Passos, TAP
A austeridade foi a máscara de um projeto político de destruição do setor público empresarial, da escola pública, do Serviço Nacional de Saúde e da Segurança Social, paulatinamente executado ao longo dos quatro anos e meio que durou a anterior legislatura. Das empresas públicas, construídas com os nossos impostos para serem vendidas ao desbarato a privados e a outros “estados”, já quase nada sobrou.
Para consumar o seu programa, só falta à coligação de Direita privatizar a educação – através do “cheque ensino”, por exemplo – e entregar os serviços de saúde, as reformas e as pensões, à iniciativa privada e à especulação financeira, tal como fez com os CTT, a EDP e a TAP, etc. Porque este projeto não conseguiria obter a aprovação dos eleitores, a coligação de Direita manipulou a seu bel-prazer as regras constitucionais do processo de formação da vontade democrática, para obter “na secretaria” o que o eleitorado lhe negava:
1. Adiou para outubro as eleições que se deviam ter realizado em junho, com a esperança de beneficiar da conjuntura internacional e das medidas eleitoralistas a que recorreu no final do mandato.
2. Pôs em risco a preparação do orçamento para 2016, confiante que seria mais uma forma de pressionar a Oposição, caso não obtivesse os resultados de que precisava.
3. Preferiu apresentar-se às eleições de outubro sem programa e sob o pseudónimo de PàF, para confundir os eleitores e beneficiar das vantagens aritméticas do sistema proporcional adotado pela Constituição, que beneficia as coligações em detrimento da dispersão de votos por diversas candidaturas.
4. Manteve a ilusão de uma vitória eleitoral apesar das enormes perdas sofridas, perpetuando na noite eleitoral a expectativa de que ainda podia atingir a maioria absoluta que cedo se tornou evidente ter perdido.
5. Forjou precipitadamente um “compromisso de Governo” – PSD/CDS – que, astuciosamente, visava colocar sobre os ombros do PS a responsabilidade pela sua viabilização…