Vieram cedo
Mortos de cansaço
Adeus amigos
Não voltamos cá
O mar é tão grande
E o mundo é tão largo
Maria Bonita
Onde vamos morar
06 Quinta-feira Ago 2015
Vieram cedo
Mortos de cansaço
Adeus amigos
Não voltamos cá
O mar é tão grande
E o mundo é tão largo
Maria Bonita
Onde vamos morar
06 Quinta-feira Ago 2015
Posted A Rede Escolar, Arouca, CDU Arouca, Francisco Gonçalves, Juventude, Legislativas 2015, PCP, Política, Portugal, Sociedade
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Segundo parece há, ou houve, alunos da freguesia do Burgo – segundo o Dicionário Relvas da Reforma Administrativa do Território, União de Freguesias de Arouca e Burgo -, que não têm vaga em nenhuma das duas escolas do 1º ciclo do ensino básico existentes, Escola EB1/JI de Arouca e Pólo Escolar do Burgo. Pior ainda, para além das duas escolas da freguesia com turmas a mais e no limite máximo (7 turmas para 6 salas na escola da vila e 9 espaços ocupados – 8 turmas e uma unidade da educação especial – para 8 salas no Burgo), as outras duas escolas do vale, Boavista e Rossas, têm alunos a menos (apenas com 4 turmas cada).
Acresce a tudo isto o facto das escolas “sobrelotadas” do vale terem alunos de diversas freguesias do concelho e as “sublotadas” não terem muitos dos alunos que a rede escolar previa que tivessem. Sendo verdade que a lei garante aos pais alguma flexibilidade na escolha da escola, não é razoável que num mesmo agrupamento, com o mesmo projecto e os mesmos professores, convivam lado a lado escolas e turmas a rebentar pelas costuras e escolas e turmas em processo de desertificação.
Se não fosse inaceitável, esta situação era no mínimo caricata, tendo em conta que temos o vale do Arda com uma rede escolar com nem sequer uma década de existência e construída, imagine-se, a partir de um instrumento de planeamento criado especificamente para esse efeito, a Carta Educativa, e monitorizada por um órgão, também para esse efeito constituído, o Conselho Municipal de Educação.
Como chegámos aqui. Relembremos. A Carta Educativa previa uma rede de pequenas escolas: o Pólo do Burgo, o Pólo de Tropeço, o Pólo de Várzea, o Pólo de Urrô e um Pólo de Montanha, em Provezende. Em vez disso construíram-se duas grandes escolas, dobrando a capacidade prevista na Carta Educativa: uma no Burgo e outra em Rossas … e foram encerradas as escolas de: Várzea, Souto Redondo e Urrô, Porto Escuro e Soto no Burgo, Santa Maria do Monte e Parada em Santa Eulália, Ribeira, Bacelo e S. João em Tropeço e Provezende em Rossas.
06 Quinta-feira Ago 2015
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Na escola, onde trabalhámos, era costume ouvir dos colegas, completamente insuspeitos de simpatias ideológicas pelo PCP, a expressão “um homem sério” para caracterizar o professor e dirigente sindical Francisco Gonçalves, e vi depois a mesma expressão referida a mais que uma vez em outros dispersos lugares do distrito de Aveiro em geral e do concelho de Arouca em particular.
Caracterizar é distinguir. Numa sociedade minimamente saudável do ponto de vista moral em que a seriedade e não a falta de escrúpulos, fosse regra, a expressão “homem sério” não distinguiria. Só em sociedades moralmente doentes, como aquela em que hoje vivemos, é que a seriedade se torna uma característica distintiva e expressões como “um homem sério” têm conteúdo informativo.
Francisco Gonçalves tem dedicado toda a sua vida (a qual conheceu a luz do dia numa remota aldeia minhota, conservadora e católica) a bater-se por ideias e valores e não por interesses pessoais.
Um pouco mais de quarenta anos após o 25 de Abril (quase tantos como os anos de vida de Francisco), em tempos, como estes, de recém-chegados e de oportunistas, isso é certamente motivo de escândalo. De quantas notoriedades que abundassem anteriormente na nossa vida política e económica, agora desaparecido, misteriosamente, para Lisboa ou para o Porto, (por exemplo, Paulo Portas e Catarina Martins respectivamente), poderemos dizer “um homem sério” sem abastardar a própria noção de seriedade?
06 Quinta-feira Ago 2015
Posted Festa do Avante, PCP, Política
in06 Quinta-feira Ago 2015
Posted CDU Arouca, Francisco Gonçalves, Legislativas 2015, Nacional, PCP, PEV, Política, Portugal
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empobrecimento, Exploração, PSD/CDS e PS, Sondagens, Troika nacional
Com diversas combinações e protagonistas e com estilos e formas diferentes, pelas mãos de PS, PSD e CDS, com uns a abrir as hostilidades e os outros a concretizá-las, chegámos à actual situação. Tricas e aparentes divergências à parte, o que marca os 39 anos de turno da política de direita é o consenso geral no caminho a seguir – esse mesmo consenso que Cavaco Silva, no seu discurso de apelo ao voto na troika nacional, veio mais uma vez pedir sabendo (por experiência própria) que chegámos ao que chegámos não por falta, mas sim por excesso de consenso entre PS, PSD e CDS.
Consenso na adesão à União Europeia e ao euro; nos PEC e no pacto de agressão; no Tratado Orçamental, nas alterações às leis laborais; no ataque aos serviços públicos; nas privatizações e nos benefícios aos grandes grupos económicos. Mas há ainda muitos recursos por delapidar, muitos direitos e rendimentos por roubar e muitos cofres por encher e é por isso que é tão importante a dita estabilidade governativa, não importa quem, desde que este caminho não seja posto em causa.
Mas a verdade é que, para além da propaganda do PSD e CDS, a tentar vender a imagem de um País que não existe, do colinho da comunicação social ao PS e a outros, e dos intermináveis apelos de Cavaco, eles andam nervosos (e os seus patrocinadores, os tais cujas as fortunas não param de aumentar) e têm razões para isso.
É que, apesar das muitas ilusões que existem, há cada vez mais gente que se sente traída, angustiada, roubada nos seus rendimentos, na sua dignidade e já percebeu que quem os meteu no buraco não os vai tirar dele. Isto sente-se e houve-se nas ruas, nas empresas, nas lutas, nos contactos e acções que desenvolvemos um pouco por todo o País. Andam nervosos porque sabem que (ao contrário do que pensa Cavaco Silva) ninguém é dono dos votos dos portugueses e há cada vez mais gente que dá e reconhece razão ao PCP e à CDU e que cada vez há mais gente a questionar o que a troika nacional tem para oferecer.
Que futuro teremos quando se coloca toda a riqueza criada, salários, pensões e direitos, ao serviço de uma dívida insustentável? Que saída é possível quando se destrói ou se aliena a capacidade produtiva e os recursos humanos e naturais? Que condições existem para crescer quando tudo é feito para salvar a banca? Para onde vamos quando se opta por continuar a roubar salários e rendimentos, privatizar ou estrangular financeiramente a educação e a saúde e assaltar a Segurança Social? Que justiça social é esta quando se carrega no trabalho e se baixa o IRC para as grandes empresas e se alargam os seus benefícios fiscais? Que capacidade soberana teremos quando se sujeita o País às imposições do euro, do Tratado Orçamental e da União Europeia?
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06 Quinta-feira Ago 2015
Posted Legislativas 2015, PCP, PEV, Sociedade
inA campanha eleitoral está paquidérmica e nada penetra a pele que encasca os partidos do só-li-dó. Os tais que têm sido «os donos disto tudo» na governança «da Pátria» – PS e PSD alternando-se na afincada erosão do regime democrático, construído de raiz na Revolução de Abril.
Por muitas manifestações ou iras espumadas que as populações lhes atirem à tropilha, tudo resvala no pelame de arco-íris fingido e aos sorrisos aparafusados nenhuma crispação ousa desaparelhar-lhes a cintilância colgate. Estão em campanha eleitoral – o País das Maravilhas que faz deles Alices à procura de abichar o incauto.
O entremez das «listas» completou-se com a chegada em cima da hora da «PAF», coligação «Portugal À Frente», assunto que Coelho aviou antes de partir de férias para a Manta Rota, deixando-o «fechado» com o autoritarismo do costume e a berraria de correligionários contra «despromoções» várias, mas ficando todos à volta de um «novo programa» que promete dar um pouco do muito que tirou, para continuar a tirar o que ainda por aí restar – entre quem trabalha ou é pensionista, bem entendido.
De resto, o mesmo ocorreu na formação de listas do PS, com o pormenor de haver empenho inter pares para que a competição entre facções, personalidades e egos não visse a luz do dia, o que lembra as esconsas manobras onde Guterres conspirava santamente pelos sótãos. Continuar a ler