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Artur Neves, CDS, estádio municipal de Arouca, FC Arouca, PIB, PS, PSD
1 – No actual momento da vida económica e social do país, em que Portugal, por força do memorando da(s) troika(s), o pacto de agressão, se afunda numa crise de consequências imprevisíveis, não se pode separar o nacional do local, isto é, não há um CDS, um PSD e um PS nacionais e troikistas e um CDS, PSD e PS locais e anti-troikistas. Em rigor, há forças políticas que, nacional e localmente, estão amarradas ao Pacto de Agressão e há outras que não.
2 – A CDU pertence ao segundo grupo. E está deste lado da barricada, desde logo, pelo diagnóstico que faz dos dois anos de vida da “solução” da troika: uma recessão acumulada de 5,5% do PIB; um aumento de 430 mil desempregados (hoje cerca de um milhão e quinhentos mil); uma redução média de salários reais de 9,2%; uma quebra de 10% no consumo das famílias; um aumento da dívida pública de 48 mil milhões de euros (123,6 % do PIB – valor entretanto actualizado pelo Banco de Portugal para 127,3%, referente ao 1º trimestre de 2013).
3 – Com o novo pacote de austeridade, a chamada “reforma do Estado”, todos estes números se agravarão, dado o efeito recessivo das medidas anunciadas. Mas é este agravamento da situação económica o objectivo do chamado ajustamento – fazer o país baixar de patamar de desenvolvimento. Por isso é urgente fazer cair este governo e esta política.
4 – Só que o governo não cai sozinho, tem o apoio de uma maioria parlamentar que, apesar de divergências internas reais ou “para inglês ver”, no essencial sustenta o governo e vai continuar a fazê-lo. E tem, principalmente, o patrocínio de um presidente da república que já vê, em alusões de má memória, intervenções divinas a justificar políticas terrenas.
5 – Portanto, só a indignação e protesto popular poderão corroer a base de sustentação do governo e fazê-lo cair. Neste sentido, assume importância capital a participação nas iniciativas sectoriais e convergentes que ao longo de Maio e Junho se realizarão. A próxima é já dia 25 de Maio, em Lisboa, junto ao Palácio de Belém, numa concentração da CGTP-IN a exigir a demissão do governo.