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O senhor Melo não precisa que o metam num autocarro.
Todos os domingos leva o seu próprio carro e foi a mulher que coseu a gigante bandeira azul e amarela, que centenas de arouquenses desfraldam, semana a semana, nesses estádios por aí a fora.
O sr. Melo, a sua mulher, mais aquelas centenas de adeptos, provam que a multidão pode ser um acto voluntário.
Provam que o entusiasmo pode ser um acto espontâneo.
Provam que o Futebol não se resume a uma bola, a duas equipas adversárias e a quatro linhas de jogo – estende-se até à porção do território de cada terra e aos propósitos das suas gentes.
Em Arouca, a diferença entre a política e a sociologia, chama-se F.C. Arouca. Um pequeno clube que é o que é – indústria do músculo patrocinado pelo empresário Carlos Pinho, fábrica de chutos liderada pelo mister Oliveira, catedral de golos do Joeano e C& – e mais aquilo que nada mais consegue unir.
O F.C. Arouca foi inventado para substituir a Política. Acabou por inventar uma geografia para além da nossa pequena dimensão.