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A crise de sobreacumulação capitalista e o processo de sobreprodução, aliado aos mecanismos de especulação financeira, foram o substrato para o desenvolvimento de uma crise económica e financeira sem precedentes, gerada no ventre profundo do sistema capitalista.
No entanto, depois de um período de culpabilização da banca, de desvario anti-capitalista, em que inúmeras gentes da alta política diziam que “nada poderá ficar como dantes” e que o próprio sistema estaria em causa, o discurso reorientou-se rapidamente para o extremo oposto. A crise rebentou nas nossas vidas, o sistema financeiro implodiu e os Estados de vários países acorreram com o dinheiro dos povos a salvar um sistema que havia desbaratado a riqueza que lhe havia sido confiada.
Desde crimes a desvios oficiais de dinheiro, uma pequeníssima parte dos expedientes e metodologias especulativas da banca, foi dada a conhecer. Mas foi o suficiente para gerar uma inversão temporária do discurso dominante. Os comentadores de direita falavam de necessidade de reforço do papel do Estado. Os partidos de direita tremeram na mensagem neo-liberal e, por um breve momento histórico, a cartilha neo-liberal foi vista com profunda desconfiança e, onde tal interesse, até como fora-de-moda.
Mas tal não durou. Os fazedores de opinião receberem ordens para mudar o discurso. Os partidos da burguesia dita de esquerda receberam ordens para virar mais à direita e os partidos da burguesia não ditos de esquerda receberam ordens para insistir com redobrada força na cassete ultra-liberal.