Etiquetas
Entre os custos de produção que o capitalista tem de assumir, encontram-se os custos com o trabalho. A organização dos povos em Estados, libertos fossem de interesses particulares, resultaria na fixação de custos mínimos para elevar gradualmente as condições e a qualidade de vida da população. A organização do Capital em Estado, como se verifica, resulta precisamente no inverso sentido.
Em 1976, dois anos após a Revolução de Abril e do ascenso popular sem precedentes, com contributos dos Governos Provisórios, Portugal conseguiu a melhor distribuição de riqueza que jamais vira até então. E até hoje. Aproximadamente 50% da riqueza gerada era distribuída sob a forma de retribuição pelo Trabalho e os restantes 50% eram distribuídos sob a forma de juros, lucros e rendas, ou seja, Capital.
Em 1976 a distribuição de rendimentos, ainda injusta e iníqua, dada a dimensão do corpo de beneficiários de cada um dos lados dessa balança, era portanto de 50% para o Trabalho, 50% para o Capital.
Quando se coloca como central a questão salarial, a elevação do valor do Salário Mínimo Nacional, é porque esse aumento representa alterações na distribuição de rendimentos que favorecem o Trabalho em detrimento do Capital. Quando se defende a manutenção ou diminuição do Salário Mínimo Nacional faz-se o inverso.