O triste espectáculo dado ao país pelo PS e PSD mostra bem o que estes partidos entendem por interesse nacional.
Não fora a massacrante operação mediática montada para os proteger da indignação popular e lhes amplificar diferenças imaginárias, e desta vez não escapariam a que os portugueses os mandassem para as urtigas…
A degradação da vida política atingiu o rubro com a mais recente catadupa de ataques pessoais, de compromissos quebrados, de encontros secretos e de combinações para espetar mais uma faca nas costas de quem trabalha, com que José Sócrates e Passos Coelho brindaram o país nos últimos dias.
Mas atenção, muita atenção para quem julga que tudo funciona pela mesma bitola: a actividade política séria e comprometida nada tem a ver com este degradante espectáculo montado para esconder tudo o que no fundamental os une e que serve na perfeição para afagar o ego imenso dos umbigos de Sócrates e Coelho.
As rábulas entre PS e PSD servem – já sabíamos – para tentar disfarçar o que acertaram em Maio, quando combinaram o injusto plano de austeridade que impuseram ao país e de cujas consequências são os únicos responsáveis.
No entanto, o acentuar deste clima de chantagem visa também amedrontar e tentar paralisar os que sofrem na pele, com o desemprego ou enormes dificuldades, as consequências de uma crise que não provocaram mas a quem, (esses dois partidos), se preparam para fazer pagar ainda mais os custos. Este clima de intimidação, patrocinado aliás por várias fontes do poder associadas ao PS e ao PSD, visando bloquear os que podem vir a ser ainda mais atingidos pelos planos “adicionais” de austeridade, deve, porém, ter uma resposta séria dos que continuam a pagar os custos de uma crise financeira de que a banca continua, incólume, a rir-se.
in Jn de 27 de setembro de 2010