Como se aguardava, Francisco Lopes anunciou a sua candidatura à Presidência, juntando-se aos três candidatos que já se tinham posicionado na corrida a Belém. Faltarão alguns outros candidatos, desde logo o que há muito anda em pré-campanha travestido de presidente em exercício. Faltarão os temerosos, candidatos hesitantes entre exprimir antigas e recentes desavenças ou permanecer no caixote do lixo do vil esquecimento.

Dos três candidatos assumidos, nenhum deles quer (nem pode) distanciar-se das políticas do Governo do PS. Alegre e Moura (ou até Fernando Nobre) não podem separar-se das políticas anti-sociais e de profunda injustiça que suportaram ou votaram. E o que dirá Sócrates do BE quando aparecer com Louçã em apoio público ao candidato comum? E que dirá Louçã das políticas do Governo quando der o braço a Sócrates para clamar por apoio ao candidato do PS?

Perante o caldo de ambiguidades que quer meter entre parêntesis as políticas de austeridade do PEC, (com que nenhum dos três candidatos já conhecidos quer romper), Francisco Lopes aponta um rumo diferente, coerente com Abril e os valores e direitos consagrados na Constituição, pugnando para que, na prática e não apenas em retórica, sejam concretizados.

Em reacção à candidatura de Francisco Lopes, alguns profissionais começaram já a “destilar veneno”. Que o PCP devia candidatar um jovem em vez de optar por um velho dirigente, “esquecendo” que Lopes anda na casa dos 50 e é, de muito longe, o mais novo dos candidatos assumidos. Que Francisco Lopes dispersa votos, favorecendo o candidato da Direita, omitindo que só se é eleito com mais de 50% dos votos validamente expressos, (excluindo os brancos e nulos que, estes sim, nada contam e podem impedir a 2.ª volta).

In Jn de 30 de Agosto