Enquanto se rescaldam incêndios, continuam as férias dos ministros do Ambiente e da Agricultura e a época dos fogos se aproxima do fim, (aguardando-se já 2011 para o Ministro Pereira voltar a dizer que “em tempos de guerra não se limpam armas”), os clones do bloco central prosseguem a sua farsa mediática.
Depois das fanfarronices do Pontal lá tinham que vir as fanfarronices de Mangualde! Governar para os mais desfavorecidos, investir no País e nos Portugueses, combater as injustiças e o desperdício, conter o luxo e a ostentação, continuam, entretanto, a não fazer parte do ADN político, nem de Sócrates nem de Passos Coelho!
Será que Passos Coelho e Sócrates, quando fingem que discutem, pensarão que ninguém sabe que o Orçamento é feito em Bruxelas segundo orientações de Berlim?
Será que Sócrates e Passos Coelho julgarão que já esquecemos que foram os dois, a mando de Bruxelas e Berlim, que aprovaram cortes na despesa e no investimento, o congelamento de salários e pensões e o aumento dos impostos?
Será que Sócrates julga que ninguém se lembra já do que sucedeu em quase todas as revisões constitucionais? Julga que ninguém se lembra já que quase todas elas começaram da mesma forma, com o PS a dizer que as propostas do PSD eram extremistas, radicais e destruidoras de Abril … para depois terminarem em acordos alargados ao CDS?
As divergências virtuais entre os clones do PS e PSD podiam chamar a atenção dos seus indefectíveis. Só a amplificação desmedida e (muitas vezes) encomendada dos “media” permite afinal transformar récitas de terceira em cabeças de cartaz. Quem trabalha e resiste às injustas políticas de austeridade está bem mais preocupado com a outra crise, (a económica e do emprego), que nas farsas do bloco central.
in Jn de 23/08/2010